sexta-feira, 25 de julho de 2008

Em palco "dou tudo de mim"


ANDRÉ INDIANA

Electric mind” é um dos temas mais conhecidos e populares deste jovem “apaixonado” pela música, natural do Porto, que toca piano, guitarra e canta desde muito cedo, pois pertence a uma família de músicos amadores. André Indiana revela ao Terra Nostra que ao subir ao palco dá tudo de si, pois “tudo” pode acontecer. Considera-se ainda uma pessoa “muito perfeccionista”, que já “vendeu a alma pela música” há muitos anos, por “amá-la” mesmo e tudo na sua vida gira à volta disso. Por outro lado, o que menos gosta nas pessoas são a “inveja, as picuisses e os ódios disfarçados”.


Electric mind foi um dos seus êxitos mais conhecidos e popularizado através da serie juvenil Morangos com Açúcar da TVI. Falamos de André Indiana, um jovem que adora a música acima de tudo e à qual vendeu a alma há muitos anos.
André Indiana é natural do Porto e está no mundo da música desde muito novo. “Na minha família são todos músicos amadores, tanto do lado da minha mãe como do meu pai. E desde muito pequenino que toco piano, guitarra e canto”. Editou em 2000 o seu primeiro single, o primeiro álbum em 2003, “Destilled And Bottled”, e o segundo três anos depois e, “basicamente”, é esta a sua vida com umas “centenas de concertos pelo meio, muita estrada e muito trabalho, videoclips, entrevistas e outras coisas boas”.
Considera-se uma pessoa “muito apaixonada pela música e às vezes muito perfeccionista”, que já “vendeu a alma pela música há muitos anos”, afirma, acrescentando que todas as outras coisas são “acessórios” e não são muito importantes. “Sou uma pessoa que ama mesmo a música com o coração todo e tudo o que faço, como as entrevistas, é porque adoro a música e tudo na minha vida gira à volta disso”- acentua.
O que gosta menos nas pessoas diz ser a “inveja, as picuísses e os ódios disfarçados”, pois, a seu ver, às vezes, as pessoas têm “pequenas frustrações, o que considera “horrível”. Isto, porque, argumenta, que estas situações “muitas vezes causam grandes problemas no mundo, mesmo que não pareça”. Quanto ao que gosta mais, explica que no seu estado “mais puro”, as pessoas “em geral, evidentemente”, têm um lado de “puro de comunicação e compreensão”, outra razão que o faz gostar da música. “A música é um meio de comunicação muito rápido, muito directo, em que todas as porcariazinhas e desentendimentos desaparecem com uma canção de três ou quatro minutos, que aparece na altura certa”- ressalva, exemplificando que num concerto, às vezes as pessoas estão “chateadas e tudo isso desaparece”. Diz ainda acreditar que com “muito pouco”, as pessoas acabam por se entender todas, o que é, na sua opinião, uma “qualidade humana muito grande”.
Em relação a amar ou ser amado, defende ser a mesma coisa, pois o amor quando verdadeiro, é “incondicional” e, sublinha, não interessa se há “retribuição”.
Quanto ao tema “An electric mind”, exibido na popular serie Morangos com Açúcar, afirma ser “engraçada” a história. “Estava a dormir em casa de uma amiga, em 2002 ou 2003, e acordei com a música toda na minha cabeça. Peguei no carro, vim directo para o estúdio e gravei tudo e saiu, assim, de rajada mesmo”- revela, explicando ser uma música que fala da situação que se encontrava a viver na altura, em que “como hoje, que estava fazer só o que quero, com a música e a safar-me com isso”. A música fala também, acrescenta, sobre algumas pessoas que não concordam com isso, têm “inveja”, acham que não é uma postura “eficiente” na vida, ou que há algo de “errado em nos satisfazermos como nos apetece”.
Avança, também, considerar-se uma pessoa de “‘mente eléctrica’ e espírito também”, tanto no lançamento da música, como agora, apesar de actualmente ser um bocadinho “menos”, admite, pois já passaram uns anos, mas é, sobretudo, uma questão de “espírito”.
A musica de André indiana tem uma influência marcante de música negra e norte –americana, o que afirma não saber explicar. “Não sei porque tenho um amor tão grande pelos Blues e pelas origens da música moderna”. Isto, apesar de acreditar que em “toda” a música moderna, “desde o Rock ao Pop”, se consegue encontrar “raízes directas na música negra, apesar de que não se trata só da cor”. Importa, é que, por uma razão ou por outra, esclarece, se começou a sentir “em casa” ao cantar alguns estilos desses.
Referindo-se ao facto de, no início, ter sido confundido com o Lenny Kravitz, revela que “realmente” não lhe “agrada” muito a comparação, mas “podia ser pior”. O cantor salienta, também, que a influência de Lenny Kravitz não é tão grande como as pessoas dizem, a pontos do seu estilo ser o mesmo. Apenas, admira-o, como ao “Prince, o Paul McCartney” e muitos outros.
Ao subir ao palco e correndo o risco de parecer um ‘cliché’, o cantor revela que é como se “acabasse o mundo”, pois cada vez que sobe a um palco, “tudo acontecer”e dá “tudo” o que tem. O que, enfatiza, “não é uma opção, é automático”.
Em termos de internacionalizar a sua música, André Indiana confessa que já pensou muito no assunto, mas, “por uma razão ou por outra”, ainda não aconteceu. “Na verdade, pensei que fosse mais fácil, mas não é assim tão fácil como estava à espera” -explica, acentuando que quando o fizer, quer fazê-lo “bem”.
Diz já ter tido alguns convites para fazer dois ou três concertos, mas isso não quer fazer. Pretende, sim, “editar discos, vendê-los e fazer digressões”, o que encara um bocado como sendo, “se calhar, uma utopia”, mas é disso que está à espera. “Gostava de sair do país, quando fosse uma coisa com pés e cabeça”.
A oportunidade d’ An Electric Mind entrar nos Morangos com Açúcar, explica que foi um “convite directo da NBP”. A sua única preocupação, reconhece, era a possibilidade de lhe “alterarem” a música. Já foi há alguns anos, recorda, e a série estava mesmo a começar, tal como outras produções juvenis e novelas e começaram a aparecer muitos convites, que aceitou. “Aceitei com muito orgulho, até porque a música estava associada um professor rebelde, salvo erro, e eu achei piada”. André Indiana lembra também que teve mais umas cinco ou seis músicas associadas as produções da TVI, como O Bando dos Quatro e A Baía das Mulheres, mas admite não gostar muito de ficar “associado” a novelas.
As suas canções falam de “situações pessoais”, de experiências que viveu e que foram passadas para uma canção, o que, a seu ver, mostra a tal influência norte-americana. “Também tenho uma ou outra música, que fala de problemas maiores, mas normalmente são situações biográficas”. O músico contam ainda, que já esteve em São Miguel e, em Agosto, virá à Graciosa.
Quanto a projectos, André Indiana gravou recentemente um disco de Blues “feito à maneira antiga”, que deverá sair à rua dentro de cerca de dois meses. Além de “Sem Limite”, que, explica, inclui não só Blues, mas “todas” as suas influências e que deverá sair no “próximo ano, talvez por alturas da Primavera”.
O cantor aproveita ainda para dizer aos fãs que vão ao concerto, pois é sempre uma “grande festa”, na qual será “comunicativo e irá proporcionar uma boa noite a toda a gente”. O que é algo “natural”, como se irão aperceber.
Vida e Carreira
Nascido no Porto, André Indiana tem fortes influências Norte Americanas enraizadas, na sua música, pois na sua família, todos tocam algum instrumento musical ou cantam, e, desde muito novo, se habituou a estar rodeado de música e de instrumentos musicais. Em 2000, começou a apresentar as suas músicas ao vivo até que surgiu o primeiro álbum, três anos depois. “Destilled and Bottled” fala basicamente do que foi a sua vida, depois do seu primeiro trabalho. Conta algumas histórias e tem alguma mistura de emoções. Rip Off foi o single de apresentação deste novo trabalho e fala de golpes e burlas.
Quando surgiu com “Electric Mind”, nas rádios muitas pessoas confundiram a sua música com a de Lenny Kravitz, pois o single tem o mesmo tipo de estética de algumas canções do Lenny Kravitz, principalmente pelo estilo de bateria “stax”, que pensa ter sido a grande razão dos equívocos.
As grandes diferenças, entre “Music For Nations” e “Destilled And Bottled”, reside, a seu ver, no facto de “Music For Nations” ser um álbum gravado em poucos dias, praticamente sem pré-produção e, por isso mesmo, muito interessante, onde, basicamente, gravaram as canções directamente para a fita. Em “Destilled And Bottled” o cantor pretendia controlar tudo, o que levou a um ano de pré-produção, em que ele próprio tocou muitos dos instrumentos e teve muitos convidados, orquestra, metais e tudo o que as canções ‘pediam’, Além de tudo isto, é um álbum mais directo, onde há menos barreiras, menos divagação e as canções ganharam com isso.
Porquê a escolha de Mário Barreiros e Nelson Carvalho, para a produção do álbum?A produção esteve a cargo de André Indiana, Andy Torrence e Nelson Carvalho foi uma forte colaboração nas misturas finais e mastering. Mário Barreiros esteve no processo de gravação, mas não como produtor.
Curiosamente, o seu website é mais visitado no estrangeiro do que em Portugal, o que o motiva para se expandir a novos horizontes.

Raquel Moreira
Public in Terra Nostra, Julho de 2008.

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